Ana, administradora de empresas, casada, paulistana e mãe da Isabella. Entrei no mundo da prematuridade em fevereiro de 2014, quando com 24 semanas de gestação, a Isabella nasceu.
Nossa história com a prematuridade começou na 22a semana de gestação, após um exame de rotina – até então foi uma gestação perfeita, uma gravidez muito desejada, planejada e esperada. Neste dia recebemos a notícia de que havia algo errado, mas não sabiam explicar o porquê. Nossa pequena Isabella estava com peso e tamanho menores do que o esperado para a idade gestacional e o líquido amniótico estava reduzido. Ficamos sem chão, sem saber o que fazer e como agir e tivemos nossa primeira lição da prematuridade – a escolha acertada da obstetra. De forma resumida, eu acabei mudando de médica e tenho certeza de que isso foi a mão de Deus nas nossas vidas.
A partir deste dia, eu tive que ficar de repouso, fazer alguns exames e pedir muito a Deus pra tudo dar certo. A esta altura, sabíamos que ela nasceria prematura, mas faríamos de tudo que estava a nosso alcance para chegar até 28 semanas, pelo menos. Mas os planos de Deus para nós eram outros… com 24 semanas e 3 dias, senti que algo estava errado. Percebi que a Isabella quase não mexeu neste dia – muito pouco na verdade – diferente do padrão de movimentos que eu tinha sentido antes. Minha pressão, que estava sendo controlada diariamente, começou a subir um pouco. Neste momento, falando com a médica, ela me disse para antecipar a ultra que seria no dia seguinte. Fui para a maternidade e após a ultra de acompanhamento, mediram minha pressão e estava 18 por 10. Imediatamente eles me internaram na UTI – pois é procedimento de segurança. Nos falaram que eu ficaria na UTI para controlar a pressão e logo iria para o quarto – para ficar sob acompanhamento até o momento de nascer. No dia seguinte eu já estava melhor, com previsão de ir para o quarto, quando alguns sintomas começaram a aparecer… eu comecei a passar mal, sentir uma dor de estômago muito forte, enjoos (cheguei a vomitar) e a visão começou a ficar distorcida… tudo em questão de algumas horas. Quando eles repetiram os exames de sangue e, confirmando com a avaliação clínica, perceberam que eu estava com uma complicação da pré eclâmpsia, uma síndrome rara, chamada HELLP (veja mais informações aqui). Logo avisaram meu marido que a cirurgia deveria ser naquele dia mesmo, pois eu estava muito mal e corria risco de vida.
Eu não sabia o que estava realmente acontecendo… só sabia que estava mal e sentindo dores fortes, mas achei que era alguma reação ao remédio para controlar a pressão. Minha médica cuidou para que eu ficasse calma e não soubesse totalmente o que estava acontecendo, e ao mesmo tempo tomou cuidado pra que a minha filha nascesse no dia seguinte, pela manhã, quando as chefes da equipe médica da UTI neonatal estariam lá na maternidade. Esse cuidado conosco, eu creio, que foi essencial para salvar nossas vidas!