O retorno pra casa tinha tudo pra ser incrível…e foi, mas confesso que, na minha experiência inicial, foi muito difícil – esse capítulo da nossa história se chama “depressão”.
Com toda essa situação nova, de medo depois de tudo que passamos com ela… eu comecei a achar que não saberia cuidar direito… e entrei numa paranoia. Eu não conseguia dormir, mesmo com ela dormindo a noite inteira. Estava tudo bem, mas eu não enxergava assim, infelizmente.
Essa situação foi se agravando, pois, sem dormir, a cabeça pirava e eu entrei numa espécie de depressão pós parto tardia… a falta de sono me deixava mais ansiosa e sem controle do que eu pensava, do que eu tinha vontade de fazer. Eu olhava pra ela e tinha receio de cuidar dela… cheguei a pensar algumas vezes que eu não tinha nascido pra ser mãe e que eu queria voltar atrás… mas ao mesmo tempo eu sabia que não podia e que não era isso que eu queria de verdade!
Como eu poderia ter esse sentimento depois de tudo que eu senti na UTI?? Tamanho amor e carinho, preocupação e cuidado. Depois de tudo que passamos com ela, tanta situação complicada e ela superou tudo… nós superamos tudo!! E no melhor momento, na alta, quando fomos pra casa, como eu poderia ter perdido tudo isso? Confesso que foi algo que eu nunca imaginei que poderia passar ou sentir, mas graças a Deus e ao meu marido, eu abri os olhos e vi que precisava de ajuda e procurei a psicóloga que eu conheci na UTI neonatal.
Liguei pra ela, fui ao consultório para conversarmos… e ela, sabiamente, me encaminhou para uma doutora experiente, e já me falou que, provavelmente, eu teria que tomar algum remédio – mas que o importante é que eu havia procurado ajuda. Fui nas consultas, ela me passou um remédio leve, que me ajudaria na crise de ansiedade que eu estava passando – e me deixaria mais relaxada pra dormir. Ela conversava comigo, tentava abrir minha cabeça e mostrar outros caminhos pra que eu pudesse me libertar dessa depressão. Ela me dizia coisas até óbvias, mas que eu não pensaria sem essa ajuda. Ela me dizia pra sentar com minha filha no colo, colocar ela pele a pele comigo (como faziamos no canguru na UTI) e conversar com ela, sentir ela dormindo, tranquila e tentar relaxar pra sentir que ela estava bem comigo. O remédio (mesmo tomando somente metade de uma dose baixa), me ajudou a dormir e aos poucos eu fui melhorando… mas o contato com a Isabella foi o essencial. Ao longo do tempo, eu fui reduzindo o remédio e consegui ficar sem e dormir bem – nos primeiros 15 dias tive uma melhora considerável e me recuperei 100% disso em uns 2 meses mais ou menos.
Fico pensando hoje, nos sentimentos que tive quando fui pra casa e percebo o quanto de preconceito eu tinha a respeito da depressão pós parto. Eu passei por isso e posso dizer que realmente não é nada fácil… pois as pessoas a nosso redor não conseguem entender o que estamos passando… na verdade nem nós mesmas entendemos. Eu ficava pensando e tentando entender o porquê de ter filhos… fiquei me questionando sobre o que eu havia feito com minha vida – cheguei a falar que não queria mais… que nada daquilo fazia sentido. Antes de passar por isso eu não conseguia entender como uma mãe pensaria coisas como essa. Como uma mãe desistiria de ter um bebê em seus braços – um bebê pra chamar de seu… e como conseguiria desistir ou esquecer do amor que se sente por um filho. Pois é… mas isso pode acontecer, porque a nossa cabeça fica, praticamente, fora de controle.
Mas tudo tem solução… o importante é procurar ajuda, perceber que precisamos buscar um profissional pra analisar o que precisamos fazer pra sair dessa depressão. Agradeço a Deus, a meu marido e aos meus amigos e irmãos que estiveram próximos de mim nesse momento. As orações e o carinho de todos me ajudou a sair dessa!
Não podemos nos desesperar… temos que nos apegar a nossos filhos, porquê se o amor parece ter desaparecido, não se preocupe, porque ele está lá, entre vocês. Por isso abrace muito, beije muito, faça muito carinho no seu filho… vc vai sentir o amor de volta e isso é transformador.
Parabéns pela tua história, Aninha! Fiquei muito emocionada ao ler teu relato. Deus é muito bom, Ele é fiel e tudo o que faz é correto e bom!
Que Deus continue sustentando tua família, dando crescimento e maturidade a vocês para conduzirem a Isabella no Bom caminho, e Cristo é tal caminho!!!
grande abraço,
Janaina
Obrigada Jana… Deus realmente é muito bom e fiel. Pudemos experimentar isso no dia a dia com essa experiência… e ainda experimentamos.
Nossa aninha, quando vc comentou comigo do hellp nao imaginava q fosse tao grave, li o seu blog e fiquei chocado por td que vc e sua familia passaram! Ao mesmo tempo admirado pela sua força e principalmente coragem pelo segundo filho…gracas a deus hj todos bem e com saude. A iniciativa eh otima de tentar ajudar aqueles com dificuldades parecidas atraves desse blog. Eu, mesmo depois de 2 filhos, aprendi demais ao ler o q escreveu….filho eh o maior amor do mundo, e quem n passar por essa experiência em vida, nunca entendera o q realmente eh amar!Parabéns novamente e continue na ativa aqui.bj