A importância da fisioterapia – Diário da Isabella

Desde a UTI neonatal, a fisioterapia era algo que já estava no dia a dia da Isabella. Inicialmente somente a fisioterapia respiratória, mas conforme ela foi crescendo, as fisioterapeutas foram trabalhando a parte motora também.

Eu tinha algumas preocupações e o principal marco motor que temos em mente é o andar! Nossa, como fiquei ansiosa pra ver a evolução e cada etapa… mas percebi, ao longo do tempo, que minha ansiedade poderia atrapalhar… e me controlei.

Após a alta da UTI, na semana seguinte, a Isabella já estava fazendo fisioterapia em casa – isso porque ela não podia sair de casa, por segurança, pois era como se ela fosse uma recém nascida. E ela permaneceu fazendo fisioterapia em casa por um bom tempo, até sentirmos a necessidade de levá-la para uma clínica, com uma estrutura própria, saindo do ambiente de casa – achávamos que isso poderia ser um estímulo importante pra ela.

Mesmo em tratamento de fisioterapia, procuramos uma neurologista quando ela tinha uns 9 meses pra fazer uma avaliação, por conta da prematuridade extrema – sugestão feita pelo pediatra. E a neurologista só confirmou a importância do tratamento que ela estava fazendo e deu também muitas outras dicas para ajudar no desenvolvimento cognitivo dela: leitura de histórias, como contar, o que falar, músicas, etc. Acho que foi muito importante essa consulta – nos esclareceu muitas dúvidas, nos orientou e, caso ela precisasse de algum tratamento específico, já poderia ter direcionado.

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É incrível a quantidade de estímulos aos quais um prematuro é submetido… e tamanha a expectativa que nós, pais e mães temos em relação ao desenvolvimento deles. Nosso desafio era dar a ela todo tratamento e condições para que pudesse se desenvolver e recuperar o atraso da prematuridade, mas ao mesmo tempo sem ultrapassar os limites dela – sem exigir demais, respeitando o tempo dela, o desenvolvimento e o crescimento. Isso é uma missão que parece fácil, mas que para pais de prematuros é complexo. Isto porque temos receio de aguardar muito por algum marco e acabar não percebendo o real atraso, ao mesmo tempo, temos que respeitar os limites e o tempo de cada bebê. Essa é uma linha muito tênue.

Lembro que nessa fase mais intensa (antes de 1 ano e meio, ou antes de andar), nós, mamães amigas deste blog, conversávamos muito sobre isso. Foi ótimo poder contar com as trocas que tivemos… falávamos muito sobre o que cada uma estava fazendo de diferente e de novo, e ao mesmo tempo trocávamos experiências e dicas de como poderíamos estimular nossas pequenas. Mas também cuidávamos umas das outras para que esses estímulos não ultrapassassem os limites delas. Uma das conversas que tivemos, e eu me lembro bem disso, foi sobre o receio de estimular demais, de acabar exagerando e exigindo demais dos nossos pequenos… e do cuidado que precisávamos ter. O acompanhamento de perto para verificar, junto com ajuda profissional, se é necessário um tratamento, ou se está dentro do atraso esperado – era fundamental.

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Eu vi a fisioterapia fazer diferença na vida da Isabella, aos poucos… no início a gente vê algumas mudanças mais rápidas e depois as outras demoram mais pra gente perceber. Após 7 meses de fisioterapia na clínica, a Isabella evoluiu muito e começou a andar. Por ser prematura, ela atingiu esse marco num tempo bom, porque com 1 ano e 3 meses de idade cronológica, ou 1 ano da idade corrigida (aqui explicamos melhor a diferença entre essas duas idades), ela andou e essa é a idade média com que uma criança nascida à termo começa a andar. Nossa, que alegria foi ver essa evolução.

Eu tenho certeza de que a fisioterapia foi fundamental pra que ela pudesse alcançar esse marco tão importante da evolução dela. O acompanhamento de profissionais experientes e com o olhar atento para detalhes importantes é essencial para ajudar no desenvolvimento dos prematuros.

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